Neste último mês, tramitou novamente no Supremo Tribunal Federal, uma ação que pretende a descriminalização do aborto. Atualmente no Brasil, a lei permite o aborto nos casos de violência sexual, anencefalia e risco de morte da mãe. O que pretende essa ação é que, qualquer mulher possa, caso queira, abortar seu filho até a 12ª semana de gestação.
Já de início é importante destacar que a Igreja Católica é totalmente contra qualquer modalidade de interrupção direta da vida, seja ela em seu princípio seja ela em seu fim, e que esse posicionamento não vai se alterar, mesmo diante de pressões de movimentos feministas ou de líderes de governo.
Quando a Santa Igreja atesta que o aborto é um atentado violento contra uma vida inocente, o faz apoiada, a priori, no sexto mandamento da lei de Deus: “Não matarás” e alerta que, atentar contra a vida de inocente é pecado gravíssimo que tem como consequência a excomunhão (Direito Canônico 1398).
Isso porque Deus, sendo o autor da vida, nos criou à Sua imagem e semelhança. Desta forma, nossa vida e a vida do outro não nos pertence, mas apenas à Ele. Não cabe a nós decidirmos quem deve ou não viver, sejam quais forem as justificativas que apresentemos. Movimentos feministas, desde a década de 70, têm levantado a bandeira de que a mulher é dona de seu próprio corpo e tem o direito de decidir o que fazer com ele. É com este argumento que a ação pela descriminalização do aborto tem ganhado força em nosso país: aborto como um direito.
Vale lembrar que nosso corpo é templo de Deus e que por isso devemos dispensar a ele todos os cuidados possíveis, passando pela saúde, proteção e não violação. O direito de decidir o que fazer com nosso corpo também passa pela responsabilidade de uma vida sexual responsável, dentro dos preceitos defendidos pela Igreja, após a união matrimonial do casal. Bandeiras que defendem esse direito pretendem, muitas vezes, dar uma solução imediata a um problema ocasionado ou pela promiscuidade ou pela ausência de políticas sociais devidamente comprometidas com a vida humana.
Cristãos, fiquem atentos!! Não se deixem enganar por mentiras que, ditas inúmeras vezes, podem parecer verdades revestidas de um modernismo que legaliza o assassinato. Como já bem nos ensinava São João Paulo II, na Carta Encíclica Evangelium Vitae: “Precisamente por causa do mistério do Verbo de Deus que Se fez carne (cf. Jo 1, 14), cada homem está confiado à solicitude materna da Igreja. Por isso, qualquer ameaça à dignidade e à vida do homem não pode deixar de se repercutir no próprio coração da Igreja, é impossível não a tocar no centro da sua fé na encarnação redentora do Filho de Deus, não pode passar sem a interpelar na sua missão de anunciar o Evangelho da vida pelo mundo inteiro a toda a criatura”
As consequências de uma gravidez não planejada ou mesmo não desejada, dado os mais diversos motivos, devem ser entendidas pela sociedade como uma questão de segurança e bem-estar da população, sendo imprescindíveis ações de apoio aos mais desfavorecidos economicamente ou que passaram por situações de violência, bem como políticas públicas de proteção à mulher e ao nascituro.
De nossa parte, cristãos católicos, cabe-nos a incansável defesa à vida, acolhendo todas as famílias que foram impactadas pelo aborto provocado e que, de coração, se arrependam de seus atos, como também tornar ainda mais atual a palavra de Cristo que diz: “Eu vim para que todos tenham vida e para que a tenham em abundância” (Jo, 10, 10).
Peçamos à Mãe Santíssima, que tão jovem acolheu o Autor da vida em seu ventre, que nos encoraje nessa batalha em defesa ao sonho mais belo de Deus: a vida humana!
Maísa Martins
Equipe de Redação PASCOM