No dia 30 de outubro acontecerá o 2º turno das eleições para escolher o Presidente da República do Brasil e o Governador do Estado de São Paulo.
Acreditamos, como o Papa Francisco, que “a política é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum” (Exortação Apostólica Evangelli Gaudim – A alegria do Evangelho, nº 205). Segundo o Catecismo da nossa Igreja, este bem comum comporta três elementos essenciais: respeito pela pessoa humana, bem-estar social e a paz (cf. nºs. 1906 a 1909).
PARTICIPAR E EXERCER NOSSO DIREITO/DEVER DE VOTAR
Nós não devemos nos abster (deixar de comparecer), nem anular ou votar branco. Pensando no bem comum, objetivo maior de toda atividade política, devemos escolher um entre os Projetos que nos foram apresentados para o Brasil e para o nosso Estado e votar. Analisando o resultado das eleições no segundo turno de 2018 no Brasil, vimos que 21,30% não votaram, 2,14% votaram branco e 7,43% anularam o voto (cf. www.tse.jus.br de 13 de fevereiro de 2019).
É verdade que o voto não esgota o exercício da cidadania, mas tem um valor fundamental para que consigamos manter o Brasil vivendo a democracia. O Concílio Vaticano II assim nos orienta: “Lembrem-se, portanto, todos os cidadãos ao mesmo tempo do direito e do dever de usar livremente seu voto para promover o bem comum” (Gaudium et Spes, 75a).
A Igreja ao nos incentivar a exercer este nosso direito/dever de votar, pede que nosso Voto seja:
a) CONSCIENTE, ou seja, devemos saber em quem estamos votando, procurar conhecer os candidatos/as, seus partidos, suas propostas para o Brasil, para o nosso Estado, a nossa região);
b) LIVRE, ou seja, devemos votar em quem queremos e não em quem alguém manda que votemos; devemos votar porque acreditamos na pessoa que estamos votando e nas suas propostas em vista do bem comum e jamais devemos vender o voto, porque voto não tem preço, tem consequência e porque vender e comprar voto é crime pela lei 9840/1999; diante da urna eletrônica estamos sozinhos/sozinhas, apenas nós, nossa consciência e Deus;
c) RESPONSÁVEL, ou seja, devemos votar sabendo que nosso voto pode ajudar a construir o bem comum, objetivo próprio da política e não votar pensando em tirar vantagens pessoais, para nossa família ou para nosso grupo de amigos e de amigas.
A Cartilha de Orientação Política da CNBB de 2018, afirmava que “votar nulo ou branco é como a atitude de Pilatos, que lavou as mãos” (cf. página 20). O católico e a católica devem comparecer na seção eleitoral onde está inscrito e votar. Não podemos pecar por omissão, não podemos fazer como Pilatos, lavar as mãos e deixar que Cristo continue sendo condenado à morte, nos que passam fome, estão desempregados, não têm assistência social, não tem atendimento justo de saúde, sofrem violências e discriminações.
Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira
Prelazia de Itacoatiara (AM)
Fonte e texto completo: www.cnbb.org.br